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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Lei antes de Moisés

Os Dez Mandamentos antes de Moisés
Muitos acreditam que os Dez Mandamentos surgiram quando Moisés recebeu-os no monte Sinai, e até então eram desconhecidos para a humanidade. Outros creem que eles foram substituídos por "dois novos" que Cristo nos deixou. E alguns vão mais além, creem que os Dez Mandamentos foram destinados aos judeus e não precisam ser obedecidos pelos gentios. A Bíblia, porém, revela uma realidade totalmente oposta a essas teorias. No livro de Gênesis encontramos o seguinte relato:

"Porque Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito... Abraão obedeceu à Minha palavra e guardou os Meus mandados, os Meus preceitos, os Meus estatutos e as Minhas leis." (Gênesis 18:19; Gênesis 26:5 cf Gênesis 13:14-17)

O próprio Deus declara que escolheu Abraão para ensinar aos seus descendentes Sua justiça e leis, Seus juízos e preceitos. E declara ainda que Abraão obedeceu e seguiu tudo o que lhe fora ordenado. E os descendentes de Abraão, será que foram igualmente zelosos com relação a justiça, as leis, juízos, enfim, com os caminhos do Senhor? Vejamos o que a Bíblia revela:

"Disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na Minha lei ou não. Dar-se-á que, ao sexto dia, prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
Ao sexto dia, colheram pão em dobro e os principais da congregação vieram e contaram-no a Moisés. Respondeu-lhes ele:
Isto é o que disse o SENHOR: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor; tudo o que sobrar separai, guardando para a manhã seguinte...
... comei-o hoje, porquanto o sábado é do SENHOR; hoje, não o achareis no campo. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele, não haverá.
Ao sétimo dia, saíram alguns do povo para o colher, porém não o acharam. Então, disse o SENHOR a Moisés: até quando recusareis guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis? (Êxodo 16:2-31)"



Isso ocorreu no deserto de Sim, antes que os filhos de Abraão chegassem ao deserto de Sinai, onde receberam a Lei de Deus na sua forma escrita após firmarem com o Senhor o pacto de aliança (Êxodo 16:1; Êxodo 20:1-17; Êxodo 34:1-4).
Agora surgi a pergunta: Por que Deus colocaria à prova os descendentes de Abraão sobre Sua lei, e mais especificamente sobre o 4.º mandamento, que está incluído nela, se eles ainda "iriam" recebê-la em tábuas de pedra?
Segundo alguns, ela era desconhecida até aquele momento, entretanto, a Bíblia mostra que isso não procede. Observe que Deus ainda enfatiza dizendo: "até quando?", o que demonstra que o povo naquele momento, além de serem conhecedores da Lei de Deus, vinham de longa data negligenciando-a. Deus jamais teria "testado" o povo naquela ocasião se o mesmo não conhecesse a Sua lei. Isso seria injusto, seria algo inconcebível. Abraão ensinou aos seus filhos o conhecimento adquirido e passado de geração a geração desde a época de Adão.
A LEI DE DEUS NO ÉDEN


Adão e Eva transgrediram no Éden quase todos os mandamentos da Lei de Deus quando cederam aos ensinos de Satanás; desprezaram a verdade, o amor e a justiça de Deus. Nessa atitude infeliz, Adão e Eva desonraram o SENHOR perante todo o universo; tiveram um "deus" no lugar do Deus Criador ao aceitarem os argumentos sutis de Satanás; cobiçaram e furtaram o que não lhes pertenciam ao se apropriarem do "fruto do conhecimento do bem e do mal"; sentenciaram a morte gerações, pois perderam o direito a vida eterna e condenaram seus filhos ao mesmo destino; e se tal ocorreu no sábado, ainda podemos citar que tais transgressões ofenderam o Senhor no Seu santo dia.1
Antes desse trágico acontecimento, eles não conheciam as consequência ou resultados do pecado. "Eis que o homem se tornou como um de nós conhecedor do bem e do mal" (Gênesis 3:22). Eles conheciam perfeitamente a bondade, isto é, desfrutavam do amor de Deus, dia-a-dia, e tinham conhecimento desse amor representado na Sua lei. A respeito dessa trasngressão, no Éden, a Bíbia revela:

"Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte... porque o salário do pecado é a morte... e aquele que pratica o pecado também transgride a lei porque o pecado é a transgressão da lei. Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei".2

"Adão e Eva persuadiram-se de que seria questão insignificante o comer do fruto proibido, e que tal ato não poderiam resultar em terríveis consequências como as de que Deus os avisara. Mas essa questão insignificante constituía uma transgressão da imutável e santa lei divina, e separou o homem de Deus, abrindo os diques da morte e trazendo sobre o mundo misérias indizíveis. Século após século tem subido da Terra um contínuo grito de lamento, e toda criação geme aflita, em resultado da desobediência do homem. O próprio Céu sentiu os efeitos da rebelião de Satanás contra Deus.
O Calvário aí está como um monumento do estupendo sacrifício exigido para expiar a transgressão da lei divina. Não podemos considerar o pecado coisa trivial. Depois da desobediência, Adão e Eva a princípio imaginaram-se ter obtido uma condição mais elevada de existência. Mas logo o pensamento de seus pecados os encheram de terror. Desapareceram o amor e a paz que haviam desfrutado, e em seu lugar experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro. A veste de luz que os rodeara, desapareceu; e para suprir sua falta procuraram fazer para si uma cobertura, pois enquanto estivessem nus, não podiam enfrentar o olhar de Deus e dos santos anjos. Mas a nudez era mais do que física, era também uma nudez de alma."3
Lúcifer, que posteriormente se tornou Satanás, transgrediu inicialmente no Céu o décimo mandamento, pois cobiçou ser como Deus, e, tal atitude levou-o posteriormente a pisar os demais mandamentos4. E aquilo que ele não conseguiu obter no Céu, tenta a todo custo obter na Terra, que é levar todos a segui-lo em desobediência a Lei de Deus. E, não importa qual dos mandamentos, basta um deles, pois de forma sagaz ele entende perfeitamente o que significa os ensinos de Tiago:

"Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade." (Tiago 2:10-13 cf Mateus 19:16-19; I João 3:4-6)

Outros exemplos demonstram a existência dos Dez Mandamentos antes de ser entregue no monte Sinai, como: o assassinato de Abel; promiscuidade e idolatria de vários povos da antiguidade como de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18:20; Gênesis 19:4-5 cf Romanos 1:18-32); Abrão antes de se tornar Abraão mentiu a respeito de seu parentesco com Sara (Gênesis 12:10-20), José resistiu ao pecado do adultério (Gênesis 39:7-23), enfim, a Bíblia revela que o Decálogo existiu antes de Moisés, e nunca foi restrita ou destinada a um povo, ou a um determinado tempo.5
Os atos pecaminosos registrados em Gênesis, não poderiam ser classificados como tal se a Lei de Deus não existisse anteriormente para revelá-los (Romanos 5:10-15; Romanos 7:7-8). Os ensinos bíblicos não favorecem ideologias contrárias aos Dez Mandamentos, agir contra eles é auxiliar Satanás contra Deus e Seu governo.
E Cristo, terá o próprio Legislador substituído-os por dois "novos"? (João 1:1-3 cf Marcos 2:28). Analisemos o que a Bíblia diz a respeito:

MOISÉS: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Deuteronômio 6:5; Levítico 19:18)
CRISTO: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Mateus 22:37-40)
PAULO: "Não adulterarás, não matarás... se há qualquer outro mandamento, tudo se resume em: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Romanos 13:9)
JOÃO: "Peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o principio: que nos amemos uns aos outros." (II João 1:5)

Compare o que João diz em II João 1:5, com as palavras de Moisés em Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18. Note que todos repetem o que Moisés escrevera no inicio, e João chama atenção para isso dizendo: "não como se escrevesse mandamento novo, senão o que tivemos desde o PRINCÍPIO".
Obedecendo aos quatro primeiros mandamentos estamos amando a Deus com todo coração e entendimento e os seis últimos ao próximo como a nós mesmos. Porém todos estão interligados, negligenciar qualquer um deles é tropeçar em todos como alerta Tiago 2:10-13. Cristo e os demais apenas citaram o que o Velho Testamento já ensinava, e observe que em nenhum momento é dito que os Dez Mandamentos foram modificados ou anulados (Mateus 5:17-19; Lucas 16:17).
A Bíblia revela claramente que a Lei de Deus é eterna e que existiu antes da criação do homem e, consequentemente antes de Moisés. E foi estabelecida na Terra para toda a humanidade. Os descendentes de Abraão, posteriormente chamados de povo de Israel, antes de serem convocados por Deus para representá-Lo e, levarem Seus ensinos as demais nações (Êxodo 19:5-6), já tinham o conhecimento dessa lei antes de recebê-la na sua forma escrita no Monte Sinai.
Deus não é um Criador e Governador "de improviso", que realiza Seus propósitos sem planejamento e desígnio. Ele não cria leis e regras conforme o surgimento dos acontecimentos ou das circunstâncias. E um exemplo que confirma tais afirmativas, é a seguinte declaração: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." (João 1:29; Apocalipse 8:13).
O plano de salvação foi minuciosamente articulado antes da criação. O Criador tinha conhecimento das transgressões que o homem causaria a Sua lei influenciado por Satanás.6
Um simples "fruto" de uma árvore, obviamente, não foi a causa do grande conflito em que a humanidade se envolveu. As implicações registradas em Gênesis 3 vão muito além disso.

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